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segunda-feira, 17 de novembro de 2008

«Para uma Teologia do trabalho» - Marie-Dominique Chenu, O.P. e «O Compromisso Temporal Liberta o Cristão» - Salgado Vaz




  «POUR UNE 
    THÉOLOGIE 
    DU TRAVAIL»
´PARA UMA TEOLOGIA 
  DO TRABALHO´
 Marie-Dominique Chenu  O. P.
Livre de Vie - 53
Éditions du Seuil
Paris - 1955
D. L. 1er  T. 1965 - Nº 1663
119 páginas
Capa:
Foto Robert Doisneau (Rapho)


É aqui reeditado, tal como foi publicado ('L' Esprit', janeiro 1952), um ensaio sobre a Teologia do trabalho. A evolução da conjuntura dá sentido a estas reflexões mesmo onde seriam ultrapassadas.
Acrescentam-se dois artigos, através dos quais se visaria tornar sensível a indispensável ligação entre uma reflexão doutrinária sobre o trabalho e uma teologia da história, que vá além do mais ininteligível dos moralismos.
Uma nota, em apêndice, dá a conhecer um texto, muito significativo apesar do seu aparente arcaísmo, de um teólogo grego cristão da Antiguidade,Máximo Confessor!

- Para uma teologia do trabalho
- O ´Homo oeconomicus e o cristão`

Nota complementar:
Um texto de São Máximo sobre a
relação do homem com a natureza.





O trabalho ocupa um lugar cada vez maior nas preocupações dos filósofos e dos sábios, e então os homens aí veem o elemento dominante da nossa civilização. Ora, se existe uma Teologia da guerra, ainda não existe uma Teologia do trabalho. Para a sua fundação, há coisas que se impõem, que dizem respeito ao próprio homem, à sua relação com a natureza, com o seu papel na história.
O Padre Chenu, cujos trabalhos, ocupam neste domínio como em muitos outros, uma enorme importância, nomeadamente no Concílio, apresenta aqui as grandes linhas duma reflexão cristã sobre o trabalho, as relações do homem e da economia, e com o devir social,. Como lhe escrevia um crítico a quando da publicação deste livro: ´Apresenta os verdadeiros problemas da nossa época.` 









                    O 
          Compromisso 
           Temporal 
       Liberta o Cristão
 Carlos Nuno Salgado Vaz
Prefácio de Marie-Dominique Chenu
Tese de doutoramento apresentada 
na Pontifícia Universidade Gregoriana)
Braga - 1974
2664 páginas

Doutorado em Teologia, enviado especial ao
Terceiro Sínodo dos Bispos em 1971, Jornalista,
colabirador da imprensa diária e periódica.



Na teologia de Máximo Confessor encontra Chenu uma boa explicação da recapitulação que o homem deve efetuar da natureza. S. Máximo parte da unidade concebida no sentido metafísico da palavra: Deus é a Unidade suprema. - o Uno. O que de melhor podemos dizer de Deus é que Ele é a unidade, em si mesmo; é o poder unitivo inserido em todas as coisas como um gérmen racional. A obra da unificação é, portanto, a mais fundamental. Impossível atingir a perfeição sem realizar a unificação.
A economia (dinâmica na história) cristã realiza a unidade de Deus e do mundo porque Cristo é o recapitulador que respeita a originalidade de cada natureza que Ele quer conduzir à Unidade Suprema. A unidade do homem, corpo e alma, em imanência recíproca, realiza-se segundo as leis das duas naturezas no universo: o homem é um ser prolongado numa natureza cósmica. Mais ainda, a natureza cósmica é interior ao homem. Por isso o homem é um microcosmo.
À semelhança do Deus Criador, também o homem é fabricante do universo. Assim conseguimos a reunificação do universo na unidade de que ele e o próprio homem procedem por criação. A missão nobre do homem face ao mundo como microcosmo e demiurgo é expressa por S. Máximo com uma palavra muito significativa:'ergasterio' que, tendo a mesma raiz da palavra trabalho, significa o acto pelo qual o homem afronta, transforma e conquista a natureza, realizando-a por meio de uma unificação que, para a mentalidade grega, representa o cerne da perfeição atingida por uma coisa.
O homem é no mundo, uma oficina em acção permanente sobre todos os seres. É o homem o artesão que faz a unificação de todos os seres, de todas as realidades, observando, todavia, as diversificações das mesmas. Poderia parecer que o homem não é muito indicado para realizar tal unificação, uma vez que ele mesmo está dividido em macho e fêmea. Todavia, o homem possui, também por natureza, uma virtude de totalização que se estende a todos os extremos por meio de uma propriedade: a copulação. O plano unificador do homem manifesta-se realizando o grande mistério do plano divino de pôr em coerência mútua os seres opostos, conduzindo deste modo, ao retorno progressivo na unidade de Deus. "O homem recapitula nele mesmo, e segundo a sua natureza, as coisas mais distintas e várias entre si. Ele conduz todas as coisas a Deus como à sua causa, reunindo-as, primeiramente, na unidade, a partir da autonomia e divisão próprias, e fazendo-as progredir, depois, para Deus, graças a conexões ordenadas, numa ascensão exaltante e unificante, onde já não existe qualquer outra divisão".
Os Padres gregos discernem no homem a existência de uma relação fundamental à natureza. Chamam-lhe 'technê' e significam com ela a relação própria do homem à natureza como espírito incarnado. O trabalho, por conseguinte, é o acto próprio do homem enquanto que espírito incarnado.

´O Compromisso temporal liberta o cristão`


C. N. SALGADO VAZ .


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