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sexta-feira, 1 de julho de 2011

«ANARQUISTAS E ANARQUISMO» - JAMES JOLL





«ANARQUISTAS E ANARQUISMO»
  JAMES JOLL

TRADUÇÃO: MANUEL DIAS DUARTE
CAPA: FERNANDO FELGUEIRAS
UNIVERSIDADE NOVA (Coleção)
PUBLICAÇÕES DOM QUIXOTE
1ª edição: Outubro de 1970
2ª edição: Abril de 1977
367 pags.

TÍTULO ORIGINAL: «THE ANARCHISTS»
EYRE & SPOTTISWOODE (PUBLISHERS), LTD.
LONDRES, 1970




Os anarquistas, mais do que nenhuma outra minoria, têm sofrido com o culto do sucesso pelos historiadores, pois nunca fizeram uma revolução bem sucedida e as suas teorias políticas estão cheias de falhas lógicas e de suposições erradas. A simpatia que um tipo de doutrina anarquista possa ter ganho ficou, aliás, desiludida com a violência e o terrorismo, cruel e inconsciente, característico de outra escola de prática anarquista. E, todavia, a teoria e a prática dos anarquistas, durante os últimos cento e cinquenta anos, muitos problemas levantou acerca da natureza da sociedade industrial. 
Alimentaram uma crítica contínua e fundamental do moderno conceito do Estado e modificaram muitas das noções de quase todas as escolas de pensamento político contemporâneas. Atacaram, muitas vezes de uma maneira brutal e direta, os valores e as instituições da ordem social e moral estabelecidos. 
Muito de tudo isto acabou bastas vezes na futilidade, no burlesco, muitas vezes no trágico. Mas os protestos que os anarquistas apresentaram são expressão de uma necessidade psicológica periódica, de uma necessidade que de modo algum desapareceu com o aparente fracasso do anarquismo como força política e social séria.
O movimento anarquista é um produto do século XIX. É, em parte pelo menos, o resultado do impacto da maquinaria e da indústria na sociedade camponesa e artesã. Medrou no mito da revolução como este foi desenvolvido depois de 1789; todavia, e ao mesmo tempo, foi a falência das revoluções políticas e das reformas constitucionais, para satisfazer as necessidades económicas e sociais, que levou os anarquistas a modificar os seus métodos e objetivos revolucionários. 
Os valores que os anarquistas procuraram demolir eram os do Estado industrializado, dia a dia cada vez mais forte e centralizado, modelo para o qual, assim parecia nos séculos XIX e XX, todas as sociedades se encaminhavam. Os anarquistas viram-se, desta maneira, obrigados a acumular inimigos: aos latifundiários e padres da velha ordem' em suma, de juntaram os ditadores revolucionários e os burocratas, que começaram a aparecer, produtos de recentes movimentos empenhados em criar um nova sociedade. Os anarquistas estiveram sempre comprometidos, pelo menos em duas frentes simultaneamente.
Num certo sentido, são os herdeiros de todos os movimentos religiosos utópicos e milenaristas que acreditaram que o fim do mundo estava para breve e confiadamente esperavam o momento em que «a trombeta soará e ficaremos totalmente modificados, num momento, num piscar de olhos». Por outro lado são também filhos da idade da Razão. Eles, mais do que ninguém, levaram a sua crença na Razão e no Progresso e na persuasão pacífica para lá dos limites lógicos. 
O anarquismo é simultaneamente uma fé religiosa e uma filosofia racional; e muitas das suas anomalias resultam do conflito entre estas duas tendências e das tensões entre as diferentes espécies de temperamento que elas representam.


                                                        ÍNDICE

Agradecimento
Introdução

                                                        I PARTE

I - Heresia e razão
II - O mito da revolução

                                                        II PARTE

III - Razão e revolução: Proudhon
IV - Bakinin e o grande cisma

                                                         III PARTE

V - Terrorismo e propaganda peça acção
VI - Santos e rebeldes
VII - A revolução que falhou
VIII - Anarquistas e sindicalistas
IX -  Anarquistas em acção: Espanha
X - Conclusão

Notas
Sugestões de leitura
Índice remissivo

http://skocky-alcyone.blogspot.com/2011/06/europa-desde-1870-james-joll.html



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