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quinta-feira, 28 de julho de 2011

«Em defesa do pensamento científico» - ´Um incidente' / 'Os condicionalismos do Ensino Superior` - Armando Castro







       «EM DEFESA DO PENSAMENTO CIENTÍFICO»
         ´UM INCIDENTE / OS CONDICIONALISMOS DO ENSINO SUPERIOR`
 ARMANDO DE CASTRO

Revisão tipográfica: JAIME MENDES
Capa e direção gráfica: ARMANDO ALVES
COLECÇÃO SITUAÇÕES - 2
EDITORIAL INOVA
PORTO - 
Novembro - 1973



  «Se é impossível encontrar em cada homem uma essência universal que seria a       natureza humana, existe contudo uma universalidade humana de condição.

 Não é por acaso que os pensadores de hoje falam mais facilmente da condição do homem do que da sua natureza. Por condição entendem mais ou menos distintamente o conjunto dos limites ´a priori` que esboçam a sua situação fundamental no universo.
As situações históricas variam: o homem pode nascer escravo numa sociedade pagã ou senhor feudal ou proletário. Mas o que não varia é a necessidade para ele de estar no mundo, de lutar, de viver com os outros e de ser mortal.»

Jean-Paul Sartre
                                                                                           



Impossibilitado por despacho procedente do Ministério da Educação Nacional de lecionar no ensino superior, no ano letivo de 1973-74, quando já lecionava ininterruptamente desde 1970-71, Armando Castro (Armando Fernandes de Morais e Castro), neste livro, entrega a público as peças fundamentais do respetivo «processo». 

É não só para uma avaliação do aspeto mais genérico que a decisão assume, pois o livro visa também chamar a atenção para a importância dos ramos disciplinares que essa mesma ação impede. 

Efetivamente, era a primeira tentativa sistemática efetuada em Portugal tanto no domínio do ensino da Gnoseologia, ciência que estuda as leis da ciência e de desenvolvimento do conhecimento humano em geral, como em particular da Epistemologia, ciência que estuda o conhecimento científico. 

Ora, como o próprio autor argumenta na exposição dirigida ao ministro da Educação Nacional, constante deste volume, a não se tratar de proibir de facto uma ciência determinada por um determinado professor, que restará senão pensar que o impedimento é motivado ou pela inércia derivada característica das estruturas dominantes nos meios universitários, ou, mais do que  a simples inércia derivada da incompreensão, dada a novidade teórica da ciência ensinada, pela intenção de obstar ao ensino da Epistemologia?

Mas o livro, além de ser a perspicaz discussão do despacho de indeferimento, é também uma introdução, ainda que sintética à disciplina que o Autor ministrava. Nele se aborda, entre outras, a questão da importância que assume a luta epistemológica nas ciências do homem, as razões da atual ´explosão` na  atenção dispensada ao conjunto de disciplinas que estudam os problemas humanos, o atraso epistémico destas ciências em relação às ciências da natureza, qual a via para a conquista de critérios de cientificidade no próprio estabelecimento de escalões que regulem o recrutamento de professores do ensino superior oficial.

E, além disso, oferece ao leitor a visão do que é um curso de Epistemologia, quer pela bibliografia aconselhada nos cursos que deu, e aqui referida, quer pelos sumários das lições e dos pontos de exame que aplicou.




ÍNDICE

1. EXPOSIÇÃO ENVIADA A SUA EXCELÊNCIA O SENHOR MINISTRO DA EDUCAÇÃO NACIONAL EM 25 DE SETEMBRO DE 1973 


2. DOCUMENTOS QUE ACOMPANHAM ESSA EXPOSIÇÃO

3. CÓPIA DO REQUERIMENTO DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSO CONTENCIOSO NO SUPREMO TRIBUNAL     ADMINISTRATIVO, CONTRA O DESPACHO DE S. EXA. O SENHOR SECRETÁRIO DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

4. RESPOSTA AO NOVO FUNDAMENTO INVOCADO PELA AUTORIDADE ADMINISTRATIVA QUANTO A DECISÃO DE 6 DE JULHO, SEGUNDO OFÍCIO DA INSPECÇÃO DO ENSINO PARTICULAR DE 5 DE NOVEMBRO DE 1973




                                                         ARMANDO DE CASTRO



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